Mauro Tojo

Por que a ingestão de proteínas ainda é subestimada nas orientações sobre estilo de vida?

26 maio, 2025

Em um mundo cada vez mais sedentário, muitos passam mais de 9 horas por dia sentados, mesmo sabendo que esse hábito eleva o risco de doenças cardíacas, câncer e morte precoce. Um estudo publicado em 2024 na JAMA mostrou que quem passa a maior parte do tempo sentado tem 16% mais risco de morrer precocemente.

Mas, além de simplesmente alertar sobre os riscos do sedentarismo, pesquisas recentes mostram que a atividade muscular desempenha um papel fundamental na síntese de proteínas, essencial para manter a saúde muscular e metabólica.

Movimente-se para aproveitar melhor as proteínas

O pesquisador Daniel Moore, da Universidade de Toronto, demonstrou que realizar pequenas pausas ativas, como caminhar ou agachar, após as refeições, melhora significativamente a capacidade do corpo de transformar proteínas da dieta em massa muscular. Até mesmo pausas curtas, como 2 minutos de caminhada ou 15 agachamentos a cada meia hora, já fazem diferença.

Além disso, o estudo revelou que exercícios de resistência (como agachamentos) ativam vias metabólicas adicionais para síntese de proteínas, algo que a simples caminhada não faz.

Por que a proteína é tão importante?

Apesar de muita atenção ser dada aos carboidratos e gorduras, a proteína é essencial para construção e reparação muscular. E não se trata apenas de quem quer ganhar músculos: manter uma boa massa muscular é fundamental para a longevidade e a qualidade de vida, especialmente à medida que envelhecemos.

Estudos mostram que uma ingestão mais elevada de proteína, aliada a exercícios, ajuda não só a ganhar massa muscular, mas também a reduzir gordura corporal, melhorar a força e até reduzir a mortalidade.

Por exemplo:

  • Em um estudo com mulheres, o grupo que consumiu mais proteína (2,5 g/kg) ganhou mais de três vezes mais músculo que o grupo que ingeriu pouca proteína.
  • Em pessoas com diabetes tipo 2, aumentar o consumo de proteína resultou em melhorias significativas na força muscular e no desempenho físico.

Quanto consumir?

A recomendação mínima geral é de 0,8 g por kg de peso corporal por dia. Contudo, muitos especialistas indicam que quantidades maiores podem ser ainda mais benéficas, principalmente para quem pratica exercícios ou quer prevenir a perda muscular com o envelhecimento.

O recado final: mexa-se e proteja-se!

Não é preciso passar horas na academia. Pequenas “pausas ativas” ao longo do dia, combinadas com uma ingestão adequada de proteínas, já fazem uma grande diferença para quem passa muito tempo sentado.

Então, que tal levantar da cadeira agora e fazer alguns agachamentos? Sua saúde muscular — e metabólica — agradece!

Como ingerir proteína? Exemplos práticos de alimentos

Para alcançar uma ingestão adequada de proteínas, não é preciso focar apenas em suplementos. Veja abaixo quantidades médias de proteína em porções comuns de alimentos de origem animal e vegetal:

🥩 Alimentos de origem animal

  • Peito de frango grelhado (100 g): ~31 g de proteína

  • Carne bovina magra (100 g): ~26 g de proteína

  • Filé de peixe (100 g): ~22 g de proteína

  • Ovo de galinha (1 unidade média - 50 g): ~6 g de proteína

  • Queijo (30 g): ~7 g de proteína

  • Leite integral (1 copo - 200 mL): ~6 g de proteína

  • Iogurte natural (170 g): ~10 g de proteína


🌱 Alimentos de origem vegetal

  • Tofu (100 g): ~8 g de proteína

  • Lentilha cozida (1 concha média - 100 g): ~9 g de proteína

  • Grão-de-bico cozido (1 concha média - 100 g): ~8 g de proteína

  • Feijão cozido (1 concha média - 100 g): ~6 g de proteína

  • Amêndoas (30 g - cerca de 20 unidades): ~6 g de proteína

  • Sementes de chia (2 colheres de sopa - 30 g): ~6 g de proteína

  • Aveia (3 colheres de sopa - 30 g): ~4 g de proteína


✅ Dicas importantes:

  • Combinar diferentes fontes ao longo do dia garante todos os aminoácidos essenciais.
  • Vegetarianos e veganos devem caprichar na variedade para garantir a qualidade proteica.
  • Não é só quantidade: o momento do consumo (após atividade física, por exemplo) também influencia na síntese muscular.
 

O que você precisa saber sobre TDAH

26 maio, 2025

TDAH - Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade

O que você faz todo dia e pode aumentar o risco de TDAH

O que é TDAH?


O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma condição neurobiológica crônica. Ele afeta o desenvolvimento do autocontrole, da atenção e da 
regulação do comportamento. Pode se manifestar desde a infância e persistir na vida adulta.
Não se trata de “falta de disciplina ou “preguiça”, mas sim de alterações reais no funcionamento cerebral.

Prevalência do TDAH


Estima-se que o TDAH afete cerca de 5% das crianças em idade escolar no mundo. Nos adultos, a prevalência gira em torno de 2,5%, sendo muitas vezes subdiagnosticado. A condição afeta pessoas de todas as classes sociais e níveis de escolaridade. Pode impactar o desempenho acadêmico, profissional e os relacionamentos pessoais.

TDAH em Adultos


O transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) pode ser mais difícil de diagnosticar durante a vida adulta. Os sintomas podem ser semelhantes aos de transtornos do humor, transtornos de ansiedade, e transtornos por uso abusivo de substâncias. Como autorrelatos dos sintomas na infância podem não ser confiáveis, os médicos talvez precisem rever os registros escolares ou entrevistar os familiares para confirmar a existência de manifestações antes dos 12 anos.

Em adultos, os sintomas incluem:

Dificuldade de concentração
Dificuldade de concluir tarefas (comprometimento da função executiva)
Oscilações de humor
Impaciência
Dificuldade de manter relacionamentos

Critérios diagnósticos de TDAH no DSM-5


  • Incluem 9 sinais e sintomas de desatenção e 9 de hiperatividade e impulsividade. O diagnóstico que utiliza esses critérios requer ≥ 6 sinais e sintomas de um ou ambos os grupos. Além disso, é necessário que os sintomas
  • Estejam presentes muitas vezes por ≥ 6 meses;
  • Sejam mais pronunciados do que o esperado para o nível de desenvolvimento da criança
  • Ocorram em pelo menos 2 situações (p. ex., casa e escola);
  • Estejam presentes antes dos 12 anos de idade (pelo menos alguns sintomas);
  • Interfiram em sua capacidade funcional em casa, na escola ou no trabalho.

Sintomas de desatenção:


  1. Não presta atenção a detalhes ou comete erros descuidados em trabalhos escolares, no trabalho ou outras atividades;
  2. Tem dificuldade de manter a atenção em tarefas ou durante jogos, por exemplo aulas, leituras prolongadas, conversas;
  3. Não parece prestar atenção quando abordado diretamente;
  4. Não acompanha instruções e não completa tarefas;
  5. Tem dificuldade para organizar tarefas e atividades, incluindo gerenciar tempo;
  6. Evita, não gosta ou é relutante no envolvimento em tarefas que requerem manutenção do esforço mental durante longo período de tempo (procrastinação);
  7. Frequentemente perde objetos necessários para tarefas, dia a dia ou atividades escolares (celular, chaves, lápis, óculos)
  8. Distrai-se facilmente (para adultos, se manifesta como pensamentos “aleatórios” em meio a atividades);
  9. É esquecido nas atividades do dia dia (tarefas escolares, pagar contas, lembrar de compromissos, retornar telefonemas).

Sintomas de hiperatividade e impulsividade:


  1. Movimenta ou torce mãos e pés com frequência;
  2. Frequentemente movimenta-se pela sala de aula ou outros locais onde se espera ficar sentado;
  3. Corre e faz escaladas com frequência excessiva quando esse tipo de atividade é inapropriado (em adultos - se sente agitado);
  4. Tem dificuldades de brincar tranquilamente, ou participar de atividades tranquilas;
  5. Frequentemente movimenta-se e age como se estivesse "ligado na tomada";
  6. Costuma falar demais;
  7. Frequentemente responde às perguntas de modo abrupto, antes mesmo que elas sejam completadas;
  8. Frequentemente tem dificuldade de aguardar sua vez;
  9. Frequentemente interrompe os outros ou se intromete.

Tratamento do TDAH 


O tratamento do TDAH deve ser multimodal, combinando diferentes abordagens:
Psicoeducação: entender o transtorno é o primeiro passo;
Terapia cognitivo-comportamental (TCC): melhora o manejo dos sintomas;
Medicamentos: Estimulantes como metilfenidato (Ritalina) ou lisdexanfetamina (Venvanse), quando indicados. Atomoxetina, um inibidor seletivo da recaptação da noradrenalina, também é eficaz, mas os dados são ambíguos quanto à sua eficácia em comparação com os medicamentos estimulantes;
Apoio escolar e orientação familiar também são essenciais.

Transtorno de Ansiedade não é TDAH!


O transtorno de ansiedade e o TDAH são condições diferentes, embora compartilhem sintomas como inquietação e dificuldade de concentração.
No TDAH, esses sintomas estão ligados a um padrão persistente de desatenção e impulsividade, enquanto na ansiedade surgem como resposta ao medo e preocupação excessiva.
A origem, evolução e tratamento das duas condições também diferem.
Ansiedade pode ser episódica e ligada a gatilhos específicos ou a estresse persistente, com sintomas normalmente presentes há 6 meses a 1 ano; TDAH é crônico e aparece na infância.
Um diagnóstico preciso exige avaliação clínica detalhada, pois os dois podem coexistir.

Escala de Autorrelato ASRS-18


A Adult Self-Report Scale (ASRS) foi criada com o objetivo de adaptar os critérios diagnósticos de Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH), descritos na quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), para a realidade da população adulta. Esses critérios foram originalmente elaborados com base em estudos conduzidos com crianças e adolescentes.
Dessa forma, a ASRS surgiu como uma ferramenta específica para identificar sintomas de TDAH em adultos. O estudo atual descreveu o processo de adaptação transcultural do instrumento, originalmente em inglês, para uma versão adequada ao contexto brasileiro.
Os achados demonstraram uma boa equivalência entre as versões, sendo implementadas algumas modificações após a etapa de debriefing, o que destaca a relevância desse procedimento em adaptações desse tipo.

Como utilizar a escala

Para suspeitar de TDAH, deve-se observar as respostas aos itens da Parte A (Desatenção: questões 1 a 9) e/ou da Parte B (Hiperatividade-Impulsividade: questões 1 a 9). A presença de quatro ou mais respostas indicadas como "frequentemente" ou "muito frequentemente" em uma ou ambas as partes sugere uma possível presença do transtorno, devendo ser considerado um indicativo para investigação diagnóstica mais aprofundada.





 

O Jogo como Ameaça Global à Saúde Pública: Um Alerta

15 maio, 2025

O jogo, muitas vezes visto como entretenimento inofensivo, está emergindo como uma crise global de saúde pública. É o que revela um relatório abrangente da Comissão de Saúde Pública da revista The Lancet, publicado em outubro de 2024. O documento destaca que cerca de 450 milhões de pessoas em todo o mundo apresentam sintomas comportamentais ou sofrem consequências prejudiciais devido ao jogo, sendo que pelo menos 80 milhões enfrentam o transtorno do jogo, uma condição de saúde mental caracterizada por apostas contínuas apesar dos impactos adversos.  


📊 Dados Alarmantes

15,8% dos adultos e 26,4% dos adolescentes que utilizam cassinos ou slots online são afetados por transtornos relacionados ao jogo.

No caso das apostas esportivas online, os números são de 8,9% dos adultos e 16,3% dos adolescentes.

Estima-se que as perdas globais com o jogo alcancem US$ 700 bilhões até 2028.

O transtorno do jogo está associado a problemas de saúde mental, suicídio, violência doméstica, criminalidade e perda de emprego.  


📱 A Era Digital e a Expansão do Jogo

A proliferação de smartphones e o acesso facilitado à internet transformaram o jogo em uma atividade onipresente. Hoje, qualquer pessoa com um celular possui um "cassino no bolso", disponível 24 horas por dia. As estratégias de marketing sofisticadas e a integração do jogo em videogames tornam especialmente vulneráveis os adolescentes e jovens.  


🧠 Impactos na Saúde e na Sociedade

O jogo não afeta apenas a saúde financeira dos indivíduos. Há uma ligação direta com transtornos mentais, aumento do risco de suicídio, violência doméstica e criminalidade. Grupos socioeconômicos mais baixos e homens são desproporcionalmente afetados.  


🏥 Um Chamado à Ação

A Comissão da The Lancet instiga os governos a tratarem o jogo como uma questão de saúde pública, semelhante ao álcool e ao tabaco. As recomendações incluem: 

  • Regulamentação rigorosa da publicidade de jogos de azar.
  • Limitação do acesso a produtos de jogo, especialmente para jovens.
  • Implementação de programas de prevenção e tratamento baseados em evidências.
  • Transparência e responsabilidade por parte da indústria do jogo.  


🇧🇷 Reflexões para o Brasil

No contexto brasileiro, onde o jogo online está em expansão, é crucial considerar essas evidências. A regulamentação eficaz, a proteção dos vulneráveis e a conscientização pública são passos essenciais para mitigar os danos associados ao jogo. 

O jogo não é apenas uma questão de escolha individual, mas um desafio coletivo que exige ação coordenada entre governos, profissionais de saúde e a sociedade. A hora de agir é agora. 

 

Aproveite o Carnaval com saúde e segurança!

28 fevereiro, 2025

O Carnaval é sinônimo de festa, mas também exige cuidados para que a folia não traga problemas depois. Fique atento a essas recomendações essenciais:


Proteja-se contra ISTs – Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) podem ser silenciosas e trazer consequências graves. Use camisinha em todas as relações sexuais e, após qualquer relação desprotegida, procure um serviço de saúde para exames preventivos.


💧 Mantenha-se hidratado – O consumo excessivo de álcool e as altas temperaturas aumentam o risco de desidratação. Beba água regularmente, intercalando com chás e sucos naturais. Se beber álcool, lembre-se de alternar com água para evitar ressacas e problemas de saúde.


O álcool dá uma falsa sensação de hidratação, por isso é importante alternar com água. 


☀️ Evite insolação e queimaduras solares – O sol forte pode causar tontura, náuseas e até desmaios. Proteja-se com protetor solar, boné, óculos escuros e roupas leves. Evite exposição prolongada ao sol entre 10h e 16h, e escolha fantasias confortáveis, que não retenham calor.


🍽️ Cuidado com a alimentação – Durante a folia, a alimentação inadequada pode levar a infecções gastrointestinais. Prefira alimentos bem higienizados e de procedência confiável, evite consumir comidas que ficaram expostas por muito tempo ao calor e beba apenas água filtrada ou mineral.


🎊 Com equilíbrio e responsabilidade, o Carnaval fica mais divertido e sem imprevistos!




 

Você fez seus exames de rotina nos últimos 12 meses?

15 janeiro, 2025

Os exames de rastreamento, ou de rotina, são pilares fundamentais da prevenção, uma das grandes bases da Medicina moderna.

A prevenção engloba ações voltadas para a identificação de fatores de risco, o fortalecimento de fatores de proteção e a promoção de condições que favoreçam uma vida saudável.

Entre essas ações, destacam-se os exames de rastreamento, cuja principal finalidade é identificar precocemente doenças ou alterações em indivíduos assintomáticos, antes do surgimento de sintomas. Esses exames ajudam a prevenir a progressão de alterações para doenças graves ou a detectar doenças em estágios iniciais, possibilitando o início do tratamento adequado. Assim, permitem intervenções rápidas e eficazes, que reduzem a mortalidade, previnem complicações e contribuem para a melhoria da qualidade de vida.

Vale lembrar que os exames recomendados podem variar de acordo com a história pessoal e familiar de cada pessoa. Por isso, é essencial realizar uma consulta médica anual para avaliação individualizada e solicitação dos exames necessários, quando indicados.


Alguns exames de rastreamento recomendados incluem:

  • Colesterol: Exame anual, dependendo do histórico médico.
  • Diabetes: Exame anual, dependendo do histórico médico.
  • Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs): Exame anual para pessoas sexualmente ativas.
  • Pressão arterial: Aferição anual.
  • Papanicolau: Para mulheres sexualmente ativas dos 21 aos 65 anos de idade, a cada 3 anos.
  • Mamografia: Para mulheres a partir dos 40 anos, a cada 2 anos. (Obs.: O Ministério da Saúde e a OMS recomendam iniciar aos 50 anos, mas estudos recentes apontam benefícios ao começar aos 40 anos).
  • Colonoscopia: A partir dos 45-50 anos, a cada 10 anos.
  • Câncer de próstata: O rastreamento do câncer de próstata não é universalmente recomendado para todos os homens, devendo ser uma decisão compartilhada entre médico e pessoa. Caso a pessoa deseje, a recomendação é realizar o exame PSA (sangue) anualmente a partir dos 50 anos, ou de 45 anos para pessoas negras ou que tenham histórico familiar da doença. O toque retal pode ser usado como complementação, porém seu benefício é discutível.

Portanto, se você ainda não fez seus exames este ano, marque uma consulta para avaliar quais rastreamentos são indicados para você. A prevenção é a melhor forma de evitar problemas futuros e manter-se saudável, para você e para as pessoas que você ama.

Fontes:


 

Recomendações Alimentares

13 dezembro, 2024

Recomendações Gerais:

• Consumo de água: Mantenha uma ingestão adequada de água, idealmente entre 2 e 3 litros por dia. Para facilitar, lembre-se de beber um copo de 300 ml por hora, durante 7 horas do dia.

• Moderação no consumo de sal: Utilize sal com moderação e, quando possível, prefira temperos naturais como ervas e especiarias para realçar o sabor dos alimentos.

• Prefira técnicas saudáveis de preparo: Evite frituras no dia a dia, optando por alimentos cozidos, assados ou grelhados.

• Substitua o açúcar com moderação: Prefira alternativas naturais como stévia ou eritritol e reduza o uso de adoçantes artificiais como aspartame, ciclamato e sacarina. Moderação é essencial.

• Exercícios regulares: Pratique atividades físicas regularmente, coa meta de 2 horas e meia por semana, sempre respeitando os limites do seu corpo.

• Consumo de frutas inteiras: Prefira consumir frutas inteiras em vez de sucos, preservando as fibras que ajudam no controle da glicemia. Smoothies com frutas e vegetais também podem ser boas opções.

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Alimentos a serem reduzidos ou evitados no dia a dia:

Gorduras saturadas e trans:

o Margarinas e cremes industrializados em excesso;

o Produtos ricos em gordura saturada como chantili e creme de leite.

Carnes e embutidos ricos em gordura e sódio:

o Bacon, salames, linguiças, salsichas e outros embutidos industrializados.

o Modere o consumo de carnes gordas e cortes com alto teor de gordura.

Massas e doces:

o Doces industrializados como chocolates, balas e produtos de confeitaria ultraprocessados.

o Modere massas, pães e biscoitos amanteigados ou recheados.

Bebidas adoçadas e ultraprocessados:

o Reduza refrigerantes, bebidas adoçadas e molhos prontos como ketchup e maionese industrializados.

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Alimentos Recomendados:

Carnes e Proteínas:

o Prefira carnes magras, como peito de frango (sem pele), peixes gordurosos (salmão, sardinha, atum) e cortes magros bovinos ou suínos.

o Dê preferência ao preparo grelhado, cozido ou assado, utilizando pouco óleo.

Laticínios:

o Consuma laticínios com baixo teor de gordura, como leite e iogurte desnatados, queijos brancos, ricota e cottage.

Cereais e Leguminosas:

o Priorize cereais integrais como arroz integral, aveia, pães integrais e massas integrais.

o Inclua leguminosas como feijão, lentilha e grão-de-bico, cozidos com pouco óleo.

Frutas e Vegetais:

o Inclua uma ampla variedade de frutas e vegetais. Prefira vegetais cozidos no vapor, assados ou grelhados.

o Coco e abacate podem ser consumidos com moderação como fontes saudáveis de gordura.

Óleos e Gorduras:

o Use óleos saudáveis como azeite de oliva ou óleo de canola.

o Evite o consumo excessivo de manteiga, óleo de coco e banha de porco.

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Composição ideal do prato:

• Metade do prato: Vegetais variados (cozidos ou crus), dando preferência a alimentos coloridos e ricos em fibras.

• Um quarto do prato: Proteínas magras (carnes, peixes, ovos ou alternativas vegetais como tofu e leguminosas).

• Um quarto do prato: Carboidratos integrais (arroz integral, batata-doce, quinoa, massas integrais).

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Este guia visa apoiar escolhas alimentares saudáveis, respeitando suas preferências e necessidades individuais. Lembre-se de que a alimentação deve ser equilibrada, variada e prazerosa. Consulte um profissional de saúde para orientações personalizadas.

Para mais dicas e acompanhamento, entre em contato!

 

Problemas de Saúde relacionados a Teletrabalho / Home Office

13 dezembro, 2024

An illustration depicting the challenges and health impacts of telework. The scene shows a home office with a person sitting at a desk, slouching and looking fatigued, surrounded by unhealthy elements like junk food, a cluttered desk, and minimal physical activity. In contrast, a separate panel or area in the image showcases a healthier alternative: the same individual exercising, eating balanced meals, and sitting with proper posture. The artwork emphasizes the contrast between poor and healthy telework habits.


Pessoalmente, considero o trabalho híbrido ideal, pela maior flexibilidade que dá à pessoa para gerenciar sua rotina. Porém, os dias que você trabalha de casa podem impactar a sua saúde negativamente em alguns aspectos.

Um estudo publicado em Maio de 2024, intitulado "Impacto da Transição do Trabalho de Escritório para o Teletrabalho na Saúde dos Trabalhadores durante a Pandemia de COVID-19" investigou como a mudança para o teletrabalho afetou a saúde dos trabalhadores durante a pandemia. A pesquisa analisou 3689 trabalhadores e diversos indicadores de saúde, incluindo atividade física, pressão arterial, uso de medicamentos antilipêmicos (redutores e colesterol), níveis de colesterol LDL (o colesterol "ruim") e função hepática.

Trabalhadores do sexo masculino que realizaram teletrabalho com maior frequência apresentaram maior probabilidade de apresentar deterioração em sua saúde física dentro de um ano, em comparação com aqueles que trabalharam no escritório, com maior probabilidade de:

1. Caminhar menos

2. Ter pressão arterial diastólica elevada - o que aumenta o risco cardíaco

3. Uso de medicamentos antilipêmicos - pois apresentaram maiores níveis de LDL

4. Níveis desfavoráveis de colesterol LDL - o colesterol "ruim"

5. Redução da função hepática

6. Maior risco de desenvolver síndrome metabólica, que é um conjunto de condições que ocorrem simultaneamente, aumentando o risco de desenvolver doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e outras complicações de saúde. Essa condição é frequentemente associada ao estilo de vida sedentário, má alimentação e obesidade, além de fatores genéticos. É diagnosticada por aumento de circunferência abdominal, glicose no sangue, pressão arterial, HDL (colesterol "bom") reduzido e Triglicérides (parte do colesterol "ruim") aumentados..

O que isso indica?

É de suma importância para quem trabalha em home office manter hábitos saudáveis, como:

- Atividade física (no mínimo 150 minutos por semana de atividade física moderada);

- Caminhar diariamente, idealmente mais de 6 mil passos diários, especialmente nos dias em que não fizer atividade física;

- Alimentação balanceada, evitando ultraprocessados e mantendo horário de almoço fixo;

- Ter atenção com postura durante o teletrabalho;

- Gerenciar estresse e horários de trabalho.


Qualquer dúvida fico à disposição!


Fonte:

Hoshi, Rena MM; Kikuchi, Hiroyuki PhD; Machida, Masaki MD, PhD; Nakanishi, Yutaka MD, PhD; Inoue, Shigeru MD, PhD. Impact of Shifting From Office Work to Telework on Workers’ Physical Health: A Longitudinal Study. Journal of Occupational and Environmental Medicine 66(5):p 375-380, May 2024. | DOI: 10.1097/JOM.0000000000003058

 

Previna-se contra as infecções respiratórias!

9 agosto, 2024

Você deve ter notado que muita gente está tossindo, não? Nessa época, vemos um aumento significativo de gripes, resfriados, sinusites e outras infecções respiratórias, geralmente de causa viral, e em alguns casos bacteriana.

No Brasil, o período de maior incidência de infecções respiratórias é no outono e inverno. Isso ocorre por diversos fatores, como as temperaturas mais baixas, a umidade do ar reduzida, quee pode ressecar mais facilmente nossas mucosas respiratórias, as aglomerações mais frequentes, que aumentam a disseminação de vírus respiratórios, e as variações climáticas, pois as mudanças bruscas na temperatura podem afetar nosso sistema imunológico e nos tornar mais fragilizados a contrair uma infecção.

Há medidas preventivas, baseadas em evidências científicas, que podem ser tomadas para reduzir a probabilidade de você contrair uma infecção respiratória:

  1. Higiene Pessoal:
    1. Lavar as Mãos Frequentemente: A higienização adequada das mãos com água e sabão ou álcool em gel é fundamental para a prevenção de infecções respiratórias, uma vez que reduz significativamente a presença de patógenos (vírus, bactérias) nas mãos ( Aiello et al., 2008 ).
    2. Evitar Tocar o Rosto: Evitar tocar olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas pode prevenir a entrada de patógenos no corpo ( Kwok et al., 2015 ).
    3. Higiene Respiratória: Cobrir a boca e o nariz com um lenço descartável ou com o cotovelo ao tossir ou espirrar, e lavar as mãos imediatamente depois, ajuda a prevenir a disseminação de vírus.
    4. Uso de máscara ao Apresentar Sintomas: Usar uma máscara cirúrgica quando você apresenta sintomas como tosse e espirros reduz a disseminação de patógenos. - Milton, D.K., et al. 2013
  2. Vacinação:
    1. Vacinação Anual Contra a Gripe: A vacinação anual contra a gripe é recomendada, especialmente para grupos de risco, como idosos, crianças e pessoas com condições crônicas de saúde.
  3. Ambiente:
    1. Ventilação Adequada: Manter os ambientes bem ventilados reduz a concentração de patógenos no ar, diminuindo o risco de infecções respiratórias ( Morawska et al., 2020 ).
    2. Limpeza Regular: Superfícies e objetos frequentemente tocados devem ser limpos e desinfetados regularmente para eliminar germes ( Rutala & Weber, 2019 ).
  4. Estilo de Vida Saudável:
    1. Alimentação Balanceada: Uma dieta rica em frutas, vegetais e proteínas fortalece o sistema imunológico ( Calder, 2020 ).
    2. Hidratação: Manter-se bem hidratado é crucial para a saúde das mucosas respiratórias ( Popkin et al., 2010 ).
    3. Exercício Físico Regular: Atividades físicas regulares contribuem para o fortalecimento do sistema imunológico ( Nieman & Wentz, 2019 ).
    4. Sono Adequado: Dormir o suficiente é essencial para a recuperação e funcionamento adequado do sistema imunológico ( Irwin, 2015 ).
  5. Evitar Exposição a Doenças:
    1. Evitar Aglomerações: Reduzir a exposição a grandes grupos de pessoas, especialmente em locais fechados, diminui o risco de contrair infecções respiratórias ( Fong et al., 2020 ).
  6. Monitoramento da Saúde:
    1. Autoavaliação: Estar atento aos sintomas de infecções respiratórias e procurar atendimento médico ao apresentar sinais como febre, tosse persistente ou falta de ar ( World Health Organization, 2020 ).
    2. Controle de Doenças Crônicas: Manter condições crônicas bem controladas é fundamental, pois estas podem aumentar a susceptibilidade a infecções respiratórias ( Bach, 2002 ). ( Graham NM, 1990 )
  7. Hidratação nasal:
    1. O nariz é a porta de entrada do ar que respiramos e é responsável pela defesa das vias respiratórias. Ou seja, se não funciona bem, a pessoa pode sofrer infecção por vírus ou bactérias, o que causa problemas como sinusite, otite, amigdalite e até pneumonia.
    2. O ideal é hidratar o nariz constantemente para evitar que ele resseque - a melhor maneira de fazer isso e mantê-lo sempre limpo, utilizando o soro fisiológico, que não tem efeito colateral e é muito eficaz. O soro ajuda não só na limpeza e hidratação do nariz, mas também na prevenção de resfriados, gripes, crises de rinite e até mesmo sangramentos.

Portanto, há muito que podemos fazer para reduzir nosso risco de contrair uma gripe, resfriado ou as ites da vida. Cuide-se e na dúvida entre em contato!

 

A Importância dos Exames de Rotina: Um Guia para a Saúde Preventiva

5 julho, 2024



A prevenção é uma das bases mais sólidas da medicina moderna. Como médico de família, observo diariamente a importância dos exames de rotina na manutenção da saúde e na prevenção de doenças. Esses exames permitem a detecção precoce de condições que podem ser tratadas de forma mais eficaz quando diagnosticadas no início. Vou abordar alguns dos exames mais comuns e importantes, suas indicações por faixa etária e a fundamentação científica que respalda essas recomendações.

Atenção: Os exames de rotina solicitados em uma consulta médica variam também com o perfil do paciente, seu histórico médico e de seus familiares.

Exames de Colesterol

O exame de colesterol é fundamental para avaliar o risco de doenças cardiovasculares, que são a principal causa de morte no mundo. O perfil lipídico mede o colesterol total, LDL (colesterol "ruim"), HDL (colesterol "bom") e triglicerídeos.

Faixa Etária: A American Heart Association recomenda que todos os adultos a partir dos 20 anos façam um exame de colesterol a cada 4-6 anos. Pessoas com fatores de risco, como histórico familiar de doenças cardíacas, diabetes ou hipertensão, devem realizar o exame com mais frequência.

Referências Científicas: Estudos mostram que intervenções baseadas nos níveis de colesterol podem reduzir significativamente o risco de eventos cardiovasculares. (Grundy et al., 2019, Circulation).

Exames de ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis)

As ISTs podem ter consequências graves se não forem diagnosticadas e tratadas precocemente, incluindo infertilidade e câncer. Os exames incluem testes para HIV, sífilis, clamídia, gonorreia, entre outros.

Faixa Etária: A U.S. Preventive Services Task Force (USPSTF) recomenda o rastreamento de clamídia e gonorreia para mulheres sexualmente ativas com menos de 25 anos e para mulheres mais velhas com fatores de risco. Para HIV, todos os adultos e adolescentes entre 15 e 65 anos devem ser testados pelo menos uma vez, com testes adicionais baseados no comportamento de risco.

Referências Científicas: A detecção precoce e o tratamento de ISTs são essenciais para prevenir complicações e reduzir a transmissão. (USPSTF, 2019, JAMA).

Exame de Glicemia

O exame de glicemia em jejum é crucial para a detecção do diabetes e pré-diabetes, condições que estão associadas a diversas complicações de saúde, incluindo doenças cardiovasculares, neuropatia e retinopatia.

Faixa Etária: A American Diabetes Association recomenda o rastreamento do diabetes tipo 2 em adultos com 45 anos ou mais, especialmente aqueles com sobrepeso ou obesidade. Indivíduos com fatores de risco, como histórico familiar de diabetes ou hipertensão, devem começar o rastreamento mais cedo.

Referências Científicas: A identificação precoce do pré-diabetes e diabetes permite intervenções que podem prevenir ou retardar o início do diabetes tipo 2. (American Diabetes Association, 2020, Diabetes Care).

Exames de Câncer

Câncer de Mama: A mamografia é recomendada para mulheres entre 50 e 74 anos a cada 2 anos. Mulheres com alto risco, como aquelas com histórico familiar, podem precisar começar o rastreamento mais cedo e com maior frequência.

Câncer de Colo do Útero: O exame de Papanicolau é recomendado para mulheres de 21 a 65 anos, com intervalos de 3 anos. Mulheres com mais de 30 anos podem fazer o exame combinado com o teste de HPV a cada 5 anos.

Câncer Colorretal: A colonoscopia é recomendada para todos os adultos a partir dos 50 anos, com repetição a cada 10 anos, ou com maior frequência para aqueles com histórico familiar ou outros fatores de risco.

Referências Científicas: O rastreamento regular pode reduzir a mortalidade por câncer por meio da detecção precoce e remoção de lesões pré-cancerosas. (USPSTF, 2018, JAMA).

Conclusão

Os exames de rotina são pilares essenciais para a prevenção e detecção precoce de diversas condições de saúde. A adesão a essas práticas de rastreamento pode não apenas prolongar a vida, mas também melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Como médico de família, incentivo todos os meus pacientes a discutirem seus riscos individuais e a seguirem um plano de exames preventivos adequado às suas necessidades.

Referências

 

Burnout: Compreendendo as Dimensões do Esgotamento Profissional

3 julho, 2024


Como médico do trabalho, hoje quero falar sobre um tema crucial que afeta muitos profissionais: o burnout. O esgotamento profissional, ou burnout, é um estado de exaustão física, emocional e mental causado por um período prolongado de estresse no trabalho. Vamos explorar as dimensões desse fenômeno para entender melhor como ele se manifesta e como podemos lidar com ele.

Dimensões do Burnout

O burnout pode ser dividido em três dimensões principais: exaustão emocional, despersonalização e diminuição da realização pessoal.

1. Exaustão Emocional

A exaustão emocional é o núcleo do burnout. Ela se caracteriza por uma sensação de sobrecarga e falta de energia, onde o profissional sente que não tem mais recursos emocionais para lidar com as demandas do trabalho. Sintomas comuns incluem fadiga constante, falta de motivação e um sentimento de estar emocionalmente esgotado.

2. Despersonalização

A despersonalização, ou cinismo, envolve uma atitude negativa, insensível ou distante em relação aos colegas de trabalho e aos clientes. Profissionais nesta fase podem tratar as pessoas como objetos ou números, perdendo a capacidade de empatia e conexão emocional. Esse distanciamento é uma forma de autoproteção contra a exaustão emocional.

3. Diminuição da Realização Pessoal

A terceira dimensão é a diminuição da realização pessoal, onde o indivíduo sente que não está sendo eficaz no trabalho. Há uma percepção de falta de competência e sucesso, levando a uma baixa autoestima e sentimentos de inadequação. O profissional começa a duvidar de suas habilidades e questionar seu valor no ambiente de trabalho.

Causas do Burnout

As causas do burnout são multifatoriais e podem incluir:

  • Sobrecarga de Trabalho: Demandas excessivas e prazos apertados.
  • Falta de Controle: Sentir que não tem autonomia ou influência sobre seu trabalho.
  • Reconhecimento Inadequado: Falta de reconhecimento e recompensa pelo trabalho bem feito.
  • Ambiente de Trabalho Tóxico: Conflitos constantes, falta de apoio e comunicação deficiente.
  • Desajuste de Valores: Trabalhar em um ambiente que não está alinhado com seus valores pessoais.

Como Prevenir e Tratar o Burnout

Prevenir e tratar o burnout requer uma abordagem holística que envolve tanto mudanças no ambiente de trabalho quanto no estilo de vida pessoal. Aqui estão algumas estratégias eficazes:

Para Empresas

  • Reduzir a Sobrecarga de Trabalho: Distribuir tarefas de maneira mais equilibrada.
  • Fomentar Autonomia: Permitir que os funcionários tenham mais controle sobre suas tarefas.
  • Reconhecimento e Recompensa: Implementar programas de reconhecimento regular.
  • Melhorar a Comunicação: Criar canais abertos para feedback e suporte.

Para Profissionais

  • Autocuidado: Praticar atividades que promovam o bem-estar físico e emocional, como exercícios, hobbies e meditação.
  • Estabelecer Limites: Aprender a dizer não e a delegar tarefas.
  • Procurar Suporte: Buscar apoio de colegas, amigos, familiares ou profissionais de saúde mental.
  • Desenvolver Habilidades de Gestão do Estresse: Participar de treinamentos e workshops sobre técnicas de enfrentamento.

Conclusão

O burnout é uma condição séria que pode impactar significativamente a saúde e a carreira dos profissionais. Reconhecer os sinais precoces e entender as dimensões do burnout é crucial para preveni-lo e tratá-lo de maneira eficaz. Se você ou alguém que você conhece está passando por isso, não hesite em buscar ajuda. Lembre-se: sua saúde e bem-estar são prioridades.

Dr. Mauro Kioshi Tenorio Tojo

 

O que você precisa saber sobre a dengue

4 junho, 2024
  • De origem espanhola, a palavra dengue significa "manha", "melindre", estado em que se encontra a pessoa doente. Também é conhecida popularmente como "febre quebra ossos", devido às dores nas pernas e articulações que a pessoa infectada sente junto com a febre.

    A dengue é uma doença viral transmitida principalmente pela picada do mosquito Aedes aegypti infectado. Ela é endêmica em muitas regiões tropicais e subtropicais do mundo, incluindo partes da Ásia, América Central e do Sul, e algumas ilhas do Caribe. Com sintomas que variam de leves a graves, pode ser uma doença debilitante e, em casos extremos, pode até mesmo levar à morte. Portanto, é crucial estar ciente dos sinais e sintomas da dengue, bem como adotar medidas preventivas para evitar sua propagação.

    Sintomas

    Os sintomas da dengue geralmente começam a se manifestar cerca de 4 a 10 dias após a picada do mosquito infectado. Eles podem variar de leves a graves e incluem:

    1. Febre Alta: A febre é um dos sintomas mais comuns da dengue, geralmente acompanhada por uma súbita elevação da temperatura corporal, muitas vezes ultrapassando 39°C.
    2. Dor de Cabeça Intensa: Muitas pessoas com dengue experimentam dores de cabeça severas, que podem ser acompanhadas por dores nos olhos e sensibilidade à luz.
    3. Dor Muscular e Articular: Dores musculares e articulares, frequentemente descritas como "dores nas quebras", são comuns na dengue e podem ser bastante debilitantes.
    4. Fadiga Extrema: A fadiga é outro sintoma comum da dengue e pode persistir por várias semanas após a recuperação da doença aguda.
    5. Erupção Cutânea: Alguns pacientes com dengue podem desenvolver uma erupção cutânea que se assemelha a uma erupção de sarampo ou rubéola.
    6. Náusea e Vômito: Náuseas, vômitos e dor abdominal podem ocorrer em casos mais graves de dengue. Dores abdominais intensas com vômitos persistentes podem sugerir a ocorrência de dengue hemorrágica, um quadro grave que necessita de imediata atenção médica
    7. Sangramento: Em casos mais graves, a dengue pode causar sangramento do nariz, gengivas ou outros locais, bem como manchas vermelhas na pele.

    Prevenção da Dengue

    As medidas de prevenção são as mais importantes no caso da dengue, já que não há tratamento curativo e a vacinação ainda está em fase inicial.

    Há várias medidas que podem ser tomadas para prevenir a propagação da doença, e a principal é a eliminação dos recipientes que podem se tornar criadouros:

    1. Eliminação de Locais de Reprodução do Mosquito: Reduza os locais onde o mosquito Aedes aegypti pode se reproduzir, eliminando água parada em recipientes ao redor de sua casa, como vasos de plantas, pneus velhos, recipientes de água e outros recipientes que possam acumular água.
    2. Uso de Repelentes: Use repelentes de insetos para proteger a pele exposta contra picadas de mosquito.
    3. Vestuário Protetor: Use roupas de manga comprida, calças compridas e meias para cobrir a maior parte da pele, especialmente durante o amanhecer e o entardecer, quando os mosquitos são mais ativos.
    4. Telas nas Janelas: Instale telas em janelas e portas para impedir a entrada de mosquitos em sua casa.
    5. Fumigação: Em áreas onde a infestação de mosquitos é alta, considera-se a fumigação como uma medida temporária para reduzir a população de mosquitos.
    6. Informação e Educação: Eduque-se e aos outros sobre os sintomas da dengue, para que possam ser identificados precocemente e tratados adequadamente.

    Tratamento

    Não existe um tratamento específico para a dengue. A terapêutica visa principalmente aliviar os sintomas e prevenir complicações. As medidas adotadas mais comuns são:

    1. Hidratação: Hidratação abundante via oral é indicada para todos os casos, com água, água de coco e/ou soluções de reidratação oral.
    2. Repouso: Descansar bastante e evitar esforços é importante para permitir que o corpo combata o vírus e se recupere adequadamente.
    3. Controle da Febre: O uso de medicamentos antipiréticos, como paracetamol ou dipirona, pode ser recomendado para reduzir a febre e aliviar o desconforto. No entanto, é importante evitar o uso de medicamentos à base de ácido acetilsalicílico (aspirina) e anti-inflamatórios não esteroides (ibuprofeno, diclofenaco, nimesulida, entre outros), pois eles podem aumentar o risco de complicações hemorrágicas.
    4. Monitoramento dos Sintomas: É essencial observar os sintomas de perto, especialmente se houver sinais de gravidade, como dor abdominal intensa, vômitos persistentes, sangramento nasal ou gengival, ou sinais de choque (como palidez, sudorese fria, pulso rápido e fraco). Se ocorrerem esses sintomas, é crucial procurar atendimento médico imediatamente, pois podem indicar uma forma grave da doença, como a dengue hemorrágica.

    Vacinação

    A vacina é indicada para pessoas entre 4 e 60 anos de idade, e contraindicada para gestantes, lactantes e pessoas com imunodeficiência por ser feita a partir de vírus vivo. O esquema vacinal é composto por duas doses com intervalo de três meses entre elas.

    Inicialmente, a vacinação contra a dengue pelo SUS irá contemplar crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária que apresenta maior risco de agravamento em regiões com maior incidência da doença. Isto porque o laboratório tem uma quantidade restrita de doses disponíveis.

    Concluindo, a dengue continua sendo um problema de saúde pública importante no Brasil, e a prevenção é fundamental para controlar sua propagação. Adotar medidas simples, como eliminar locais de reprodução de mosquitos e usar repelentes, pode ajudar a reduzir o risco de contrair a doença. É muito importante buscar assistência médica na suspeita da doença devido ao risco de agravamento.

 

Burnout

5 fevereiro, 2024

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5 fevereiro, 2024


 

Saúde do Homem

5 dezembro, 2023

Você já realizou seus exames de rotina? Fiz um compilado das recomendações de exames relacionados à saúde do homem.


 

Dia Mundial da Diabetes - 14/11

16 novembro, 2023

Falei um pouco sobre Diabetes para o Programa Tudo de Bom para Você, no dia Mundial da Diabetes - 14/11